Você foi recentemente contratado como diretor-geral da Taboola no Brasil. Quais são os seus principais objetivos no país?
Há vários desafios interessantes. O principal deles é o de contribuir para a educação de agências e anunciantes para que saibam exatamente as melhores formas de uso da nossa plataforma.
A Recomendação de Conteúdo, embora seja uma expressão bastante utilizada, não tem ainda um bom entendimento e aplicação por parte deles. Há muito a evoluir nesse sentido.
Gostaria também de sermos lembrados como referência quando falamos sobre conteúdos patrocinados e native advertising.
Por fim, mostrar aos editores que a Taboola pode contribuir muito mais com seus negócios, indo além da monetização e lhes entregando outros produtos.
Você poderia nos contar um pouco sobre sua experiência e como esta complementa sua nova função na Taboola?
Já venho trabalhando no digital há bastante tempo e tenho experiências diversas, tanto do lado de Ad Tech (DSP, Retargeting, Data) quando do lado de tecnologia (AdExchange) e agências.
Mas o principal, acredito, seja o networking que construí nesses anos e que espero trazer para a Taboola Brasil e alavancar tanto as parcerias com os publishers quanto abrir frentes com agências e anunciantes.
Qual a sua opinião sobre o mercado de plataformas de descoberta no Brasil?
Sinceramente acredito que este ainda não seja tão bem explorado. Há cada vez mais uma percepção positiva sobre o Marketing de Conteúdo mas a sua utilização, na prática, ainda é um pouco limitada quando comparamos ao seu potencial.
Há anunciantes que sabem explorar muito bem enquanto outros ainda não entendem direito e não dedicam tempo para isso de forma adequada. Isso mostra seu potencial de crescimento, no qual acredito muito.
Você pode nos dizer quando este mercado teve início no Brasil, quem foram os pioneiros (anunciantes e editores) e quanto cresceu desde então?
Na verdade os players eram totalmente diferentes. O UOL era o principal deles e ainda está aqui, com uma ótima presença e ainda é um dos principais líderes do lado dos editores. O Google não existia, o Yahoo! era o líder em busca e as redes sociais começaram com o Orkut.
Basta ver o modelo atual com o domínio do Google e do Facebook, bem como o caminho que outras empresas foram tomando com fusões e aquisições.
Do lado dos anunciantes os objetivos eram bem diferentes. Havia muito mais branding do que geração de leads e vendas, e o acesso ainda era Dial Up (discado). Não existiam ainda os celulares e muito menos smartphones. Em pouco tempo tivemos muitas mudanças.
Como é a sua aceitação no Brasil? Quem são os principais players? (anunciantes e editores)
A aceitação é muito boa, uma vez que um anunciante começa conosco ele normalmente escala os investimentos. É difícil dizer quem são os maiores players pois a audiência está bem fragmentada, entrando tanto via grandes portais como via sites verticais e redes sociais.
Os anunciantes variam bastante também, mas verticais como financeiro, automotivo, telecomunicações, bens de consumo, viagens e entretenimento sabem bem como usar o marketing de conteúdo mas ainda há muito a expandir.
Como você vê as mudanças no marketing digital no mundo e no Brasil, e que papel as plataformas de descoberta estão tendo neste novo cenário?
O surgimento da compra programática vem mudando completamente essa dinâmica. O uso de dados também, com campanhas cada vez mais refinadas e com menor dispersão.
Você acha que o Brasil está seguindo a tendência mundial na mesma velocidade?
Apesar do tamanho diferente quando comparado aos Estados Unidos, o Brasil está seguindo as tendências globais normalmente e com bastante eficiência. Nosso mercado vem amadurecendo cada vez mais e continuará evoluindo.
Quais são seus principais desafios como o novo diretor-geral da Taboola no Brasil?
Mostrar as qualidades da tecnologia Taboola, mostrar sua eficiência, continuar trabalhando com o time que temos que é excelente e tentar ajudar na educação do mercado como um todo, em parceria inclusive com associações como o IAB para espalharmos mais rapidamente esse conhecimento.
Como você vê a aceitação pelo público em geral de links patrocinados no Brasil? Você acha que é a mesma que em outros lugares?
A aceitação é muito boa no geral e segue as mesmas características globais. O Brasil é um dos líderes globais em volume de cliques o que por si só mostra o engajamento dos internautas.
Como as recomendações de conteúdo podem ser uma fonte de inovação no setor editorial e quais os desenvolvimentos que podemos esperar ver nos próximos anos?
Essa pergunta resume muito o trabalho que temos que fazer no Brasil para mostrar o quão positivo pode ser trabalhar conosco.
Temos diversas plataformas que os editores podem usar para recomendação e circulação de conteúdos bem como insights e outras ferramentas que podem ser utilizadas pela equipe editorial.
Sinceramente acredito em um grande desenvolvimento nos próximos trimestres e iniciaremos esse trabalho imediatamente. Tem muito a ser feito, o que é muito bom!
Qual será o papel e a mudança no uso de vídeo nas plataformas de conteúdo para editores e anunciantes nos próximos 12 meses?
Os investimentos em vídeo sempre foram substanciais no mundo inteiro e também no Brasil. Como marketing de conteúdo e descoberta de conteúdo também funcionam perfeitamente e com bastante eficácia. Agora precisamos mostrar isso tanto para anunciantes e agências quanto para os publishers e acreditamos e investiremos nesse desenvolvimento em 2018.